O governante mais bizarro entre 206 nações, o pior dos 38 presidentes do Brasil
Por Luiz Cláudio Cunha*
Todo dia, a imprensa e os jornalistas fazem um esforço hercúleo para qualificar o governo do capitão Jair Messias Bolsonaro, permanentemente assediado pelas sandices do que diz e pelos absurdos do que faz na cadeira de presidente da República. Pelo conjunto da obra, até agora, Bolsonaro pode ser considerado o chefe de Estado mais esdrúxulo entre as 206 nações hoje existentes no planeta, segundo as Nações Unidas, que considera 193 Estados soberanos e outros 13 ainda em disputa. No plano brasileiro, desde a proclamação da República em 1889, Bolsonaro é com certeza o mais controverso, polêmico e contestado ocupante da presidência. Por tudo isso, em pouco mais de seis meses de mandato, o capitão pode ser qualificado com justiça como o pior dos 38 presidentes da história republicana.
Com seu inesgotável e diário talento vocabular para produzir absurdos, espancar a verdade histórica e aturdir a consciência do país, Bolsonaro faz jus a um, alguns ou vários dos adjetivos abaixo, que a imprensa escava para tentar definir, sob variadas circunstâncias, esse bizarro momento da história brasileira. Conferindo:
- Abagualado
- Abarroado
- Abestalhado
- Abeutalhado
- Abrutalhado
- Achamboado
- Achavascado
- Agreste
- Agro
- Alarve
- Alheio
- Aluado
- Alvar
- Analfabeto
- Animal
- Arrogante
- Asinário
- Asnático
- Áspero
- Asselvajado
- Atoleimado
- Atrasado
- Atrevido
- Azêmola
- Babão
- Baldo
- Balordo
- Bárbaro
- Beócio
- Besta
- Bestial
- Bestialógico
- Bobalhão
- Bobo
- Boçal
- Boçal
- Bocó
- Bordalengo
- Bordegão
- Boto
- Bronco
- Brutal
- Bruto
- Bugre
- Burro
- Calino
- Carniceiro
- Cavalar
- Cavalgadura
- Cavo
- Chaboqueiro
- Chambão
- Chocho
- Chucro
- Chulo
- Confragoso
- Covarde
- Crasso
- Cru
- Cruel
- Curto
- Definhado
- Demente
- Desabrido
- Desaforado
- Desajeitado
- Desalumiado
- Descerebrado
- Descortês
- Desequilibrado
- Desinformado
- Desmiolado
- Despiedado
- Difícil
- Disparatado
- Duro
- Embotado
- Enfezado
- Entupido
- Escabroso
- Escuro
- Estólido
- Estouvado
- Estranho
- Estulto
- Estúpido
- Fátuo
- Fragoso
- Frívolo
- Frustrado
- Fútil
- Grosseiro
- Grosso
- Idiota
- Ignaro
- Ignorante
- Ilegível
- Iletrado
- Imbecil
- Imperito
- Implacável
- Impróprio
- Imprudente
- Inábil
- Inapto
- Incapaz
- Incivil
- Inclemente
- Inconveniente
- Inculto
- Indelicado
- Indouto
- Inepto
- Infundado
- Inóspito
- Insciente
- Insensato
- Insipiente
- Insociável
- Insolente
- Insuficiente
- Intratável
- Irracional
- Írrito
- Jalofo
- Javardo
- Labrego
- Labrusco
- Lambão
- Lanzudo
- Leigo
- Lerdaço
- Lorpa
- Malcriado
- Maleducado
- Mal-humorado
- Mentecapto
- Mentido
- Néscio
- Nugativo
- Obducto
- Obscuro
- Obsoleto
- Obtuso
- Oco
- Onagro
- Palerma
- Panema
- Paspalhão
- Pastranho
- Pateta
- Peco
- Penoso
- Pesado
- Poltrão
- Profano
- Protervo
- Quadrúpede
- Ranzinza
- Reboto
- Reles
- Retardado
- Retrógado
- Ríspido
- Rombudo
- Rude
- Rugoso
- Rústico
- Safado
- Sáfaro
- Sandeu
- Selvagem
- Sendeiro
- Severo
- Silvestre
- Sinistro
- Soberbo
- Soez
- Sombrio
- Supervacâneo
- Tacanho
- Tapado
- Tarimbeiro
- Teimoso
- Tirano
- Toleirão
- Tolo
- Tosco
- Toupeira
- Triste
- Truculento
- Vão
- Vazio
- Violento
Todo santo dia, a língua solta e a cabeça mole do capitão-presidente renovam a necessidade de escavar novos adjetivos para definir sua inqualificável obra de governo.
Só com a ajuda de nossos principais dicionários, Aurélio e Houaiss, é possível dar uma ideia aproximada do que representa, até agora, a desastrada administração federal de Bolsonaro e seus maus exemplos, como a estúpida agressão ao presidente da OAB e sua condenável impostura histórica sobre o desaparecimento de um preso político tragado pela violência da ditadura que o capitão-presidente sempre exalta e rememora com cúmplice nostalgia.
Os 194 adjetivos e vocábulos acima, para uma ou outra circunstância, qualificam (ou desqualificam) com mais precisão o Governo Bolsonaro.
Para avaliar os seus três filhos Zero — Flávio, Eduardo e Carlos —, de inegável influência sobre o pensamento (?) e os atos (!) do pai presidente, é necessária outra pesquisa nos dicionários.
*Luiz Cláudio Cunha, jornalista, foi consultor da Comissão Nacional da Verdade e é autor de Operação Condor: o Sequestro dos Uruguaios – uma reportagem dos tempos da ditadura (L&PM, 208).
E-mail: cunha.luizclaudio@gmail.com
